quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tulla?

Tulla Luana está cada vez mais famosa com seus vídeos postados em sua conta no youtube. Pois é, ela mesmo ja confessou ser portadora de esquizofrenia e por isso precisa jogar todos os dias a colheita feliz e outros jogos do orkut. 
Os primeiros vídeos, para quem assiste pela primeira vez, sinceramente parecem ser bastante engraçados. Ao final das gargalhadas, pensamos então: "Nossa, como alguém que mora em um país tão grande e com tantos problemas sociais pode reclamar de um jogo de internet...", e por aí vai...
Tudo bem, é um direito dela reclamar daquilo que acha injusto, afinal vivemos em um país livre e supostamente democrático, ou seja, cada um tem todo o direito de reclamar se dessa forma sentir-se lesado. 
Até ai nenhum problema. Então porque os últimos vídeos de Tulla Luana parecem ser tão angustiantes? Eu pelo menos ao ver alguns vídeos postados recentemente, me senti bastante desconcertado com a fala e o choro desta mulher. 
Li o que Rosana Hermann escreveu sobre Tulla no seu blog (http://noticias.r7.com/blogs/querido-leitor/), bem como alguns comentários de leitores, e sinceramente me senti triste ao ver que muitas pessoas não conseguem ver além do que se mostra, ou do que se vê. 
Não estou aqui para defendê-la, mas podemos pensar juntos sobre o caso. É deprimente que alguém (com esquizofrenia ou não) se exponha dessa maneira na internet por tanto tempo. De tudo isso, o que realmente me deixa pasmo é que essa pessoa com um claro desequilíbrio emocional e sofrendo por essa situação que se instalou, não seja acompanhada ou até aconselhada por alguém. Para ser mais específico, acho a atitude do marido péssima. Ele filma, fala, e dá todo apoio nesse processo de filmegem e postagem dos vídeos, inclusive nos momentos mais angustiantes em que ela chora muito e expressa toda sua angústia. 
É difícil pensar que alguém sofre dessa forma por algo que nós comumente consideramos algo tão banal, não sai de casa e ainda tem um turbilhão de emoções para suportar. Como já havia dito, é um direito dela poder reclamar se assim sentir-se lesada, mas esta é uma situação em que tudo já parece ter passado dos limites  e sabemos que pessoas com uma base emocional mais fraca podem cair mais fácil. 
Então, pensando no SER HUMANO que esta mulher é, e independente de qualquer coisa, que sente, que sofre, que chora e que não está  alheia ao que pensam e falam, é que proponho uma reflexão com um pouco mais de compaixão. Sem tirar partido de certo ou errado, bem ou mal, doente ou saudável e etc.
Acho interessante podermos pensar sobre tudo isso com outro olhar. Talvez dessa forma possamos ter algumas respostas e percepções que normalmente não teríamos, inclusive sobre nossas vidas.

Daniel Paiva





 

Nenhum comentário:

Postar um comentário