quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Consciência - Alienação

Faz algum tempo que me refiro, aqui no blog e em outros discursos, sobre "alienação/consciência". Noto que muitas vezes isso não fica claro, ou cada um tende a interpretar conforme sua própria percepção. ok!
Quando cito consciência, muito depende do contexto daquilo a que estou me referenciando, pode ser um funcionamento cognitivo claro, o complemento do inconsciente freudiano, o complemento dos insconscientes Junguianos, clareza e crítica social, ou seja, daquilo que acontece a nossa volta e pode ser indignante e etc. Depende muito do tema, e por isso mesmo, resolvi escrever um texto sobre o assunto, para deixar claro que quando falo de "consciência/alienação", me refiro ao indivíduo de uma forma bem específica. Tomei como referência bibliográfica o texto de Silvia Lane: "Consciência/alienação: a ideologia no nível individual.", do livro Psicologia Social: O Homem em Movimento. 


Consciência/Alienação
Ser mais ou menos atuante na sociedade depende de muitos fatores, mas especialmente de um certo grau de autonomia que se adquire conforme suas experiências de vida. Nós, seres humanos, somos sujeitos que necessitamos de relações para que tenhamos ações coesas, e conseqüentemente para que também tenhamos alguma importância ativa, onde é possível provocar mudanças no meio em que vivemos.
Entre muitas das características reconhecidamente humanas e, portanto cognitivamente desenvolvidas, está a linguagem, que no nosso caso traz consigo toda uma questão cultural e de manutenção da cultura. Somos pessoas que necessitamos nos comunicar uns com os outros, necessitamos da linguagem como forma de desenvolvimento da consciência e do pensamento bem como uma identificação entre iguais.
Reconhecer a importância da consciência, ou seja, de ser uma pessoa consciente de sua situação, é também, distinguir e valorizar seu papel e ação dentro de algum grupo social. Para que algum sujeito tenha sucesso em suas ações quanto classe, é preciso que o mesmo esteja inserido em algum grupo com os mesmos fins. O pensar a ‘ação’, torna a atitude ‘consciente’ a partir do momento em que recupera-se experiências anteriores positivas a alguma modificação das relações ou ambiente.
Quando o caminho se dá de maneira inversa, ou seja, quando não ocorre o ‘pensar’ sobre a ‘ação’, e quando se dão respostas prontas e não há qualquer tipo de reflexão sobre as mesmas, então podemos dizer que este é um indivíduo que está alienado. É um sujeito que não está exercendo suas capacidades críticas e de confronto com alguma ideologia. Desse modo instala-se, a não-ação, e sim a reprodução de ações e ideias que não acarretam mudanças.
Essa contínua reprodução mecânica por parte dos alienados, além de não provocar a capacidade reflexiva (antes e depois), segue cegamente as normas da ideologia dominante, ocorre então a persistência da alienação.  Uma das maneiras de se analisar (pesquisar) indivíduos conscientes – alienados, é essencialmente pelo seu discurso, pois este referenciará através da linguagem a representação do mundo em que vive, seguido de suas significações e simbolizações subjetivas que o tornam parte de um contexto histórico-social.
É importante para os estudos de níveis da consciência, em psicologia social, poder conhecer e reconhecer a ideologia dominante que o indivíduo traz consigo, visto que este terá um discurso notavelmente cristalizado. Também, não menos importante, é poder conhecer os questionamentos a cerca das relações de dominação e das contradições geradas por essas relações. O confronto entre discurso e ação é fundamental para poder entender seu nível de consciência ou de como se tornou reprodutor de alguma ideologia não experenciada por ele mesmo.
Lane cita durante todo o texto “consciência/alienação: a ideologia no nível individual”, a importância da coerência entre discurso e ação e da maneira como o indivíduo está inserido em um certo grupo social para que possa agir e desenvolver-se com satisfação. Experenciar e exercitar a crítica a alguma ideologia a que estamos acostumados a seguir, é exercer seus próprios níveis de consciência. 

Daniel Paiva.


 

5 comentários:

  1. texto bom demais!!!! boa compreensão!!!! adooooooorei

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  2. Obrigado! Esse texto da Lane é bem legal, dá uma boa compreensão do tema. recomendo.

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  3. muito bomm o texto
    bem mais compereencivel!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
    adorei o txto
    continue escrevendo vc e demais!!!!!!
    :-))))))

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  4. Muito Obrigado!
    Vou continuar escrevendo sim... assim vou aperfeiçoando também. hehe

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